“Forevis Young”

Sérgio Xavier

Ninguém quer envelhecer, a luta pela eterna juventude é também eterna. As armas é que são constantemente renovadas. Botox, fibras de colágeno, elastina, hidratantes noturnos, cremes, cirurgias plásticas. O arsenal é gigante. E o objetivo é travar o processo mais inevitável que conhecemos. Vamos ficar mais velhos, a musculatura, mais flácida, não tem jeito.

Parecer mais jovem é um valor e tanto hoje em dia. Nada contra quem tenta parecer mais jovem, mas que tal trocar ou acrescentar um novo verbo nessa questão? Que tal mudar a frase, que tal “tentar se sentir mais jovem”? Há uma diferença entre parecer e se sentir. Parecer é para os outros. É a nossa imagem externa. Se sentir é nosso, é pessoal e intransferível. Quem faz atividade física regularmente, quem nada, corre, pedala, sabe do que estou falando. Quem consegue estabelecer uma boa rotina de treinos acaba evoluindo. Em um dia os 5 km de trotes saem penosos, doídos. Meses depois, o sujeito está completando sorrindo uma meia maratona. Que sensação é essa? Não é se sentir mais jovem?

É claro que a opinião dos outros conta. Precisamos de um referendo externo, o elogio geralmente faz bem. Nossa, que pele macia, que cabelo lindo, é tudo positivo. Mas a sensação de bem estar pode ser ainda mais poderosa. E aí não tem química que ajude, não tem um produto externo milagroso. É com a gente mesmo. Um, dois, um, dois… Treino, suor e recompensa. A recompensa pode até ser um elogio, “nossa, que tanquinho”, ou um “puxa, como você está em forma”. Bacana, elogios nunca são demais. Mas acordar e enxergar no espelho um sujeito mais bem disposto vale demais. Mesmo que a imagem do espelho não seja necessariamente de alguém mais jovem, mas simplesmente de alguém melhor.