Em busca do recorde

Sérgio Xavier

Não vai ser fácil. Não mesmo. Na minha 13ª maratona, vou tentar o recorde. Aos 51 anos, ir em busca de marcas pessoais parece não ser uma boa ideia. O tempo passa, e pesa.

Nesse domingo, 11/3, largarei para a Maratona de Barcelona em busca de uma marca inédita. Precisarei me superar, fazer o que nunca consegui: segurar a onda e fazer uma primeira metade de maratona sossegada. Precisarei imprimir os mais lentos primeiros 21 km de todas as maratonas que já fiz. Acha que é fácil? Estou programado para “fazer o melhor possível” nessa primeira parte. Sempre foi assim. Em algumas das minhas maratonas, consegui equilibrar razoavelmente o esforço nas duas metades da prova. Nas outras, quebrei no final. Mas em todas corri forte na primeira metade, em um ritmo próximo ou abaixo de 5 minutos por km.

Pois pra Barcelona, agora, isso seria um desastre. No ciclo de preparação, me machuquei, precisei parar pra tratar de uma contratura no posterior. Treinei pouco, escassas sessões de velocidade, não passei de 40 km semanais na média dos últimos meses. É pouco para quem se propõe a encarar uma maratona.

Estou mal preparado, ponto. E é evidente que, se não segurar o ritmo, a quebra vai se dar muito cedo. Preciso encarar Barcelona na primeira metade com respeito e cautela. Imagino que 5min15 seja um ritmo possível. Isso, faltava a palavra. Preciso fazer a maratona “possível” e, nesse caso, o possível é ser mais lento do que sempre fui na primeira metade. Na segunda parte, a mais dura, veremos o que sobra de combustível. A meu favor, um trajeto razoavelmente plano e temperatura que não deve passar de 16 graus. Veremos.