Correria https://correria.blogfolha.uol.com.br Mon, 19 Nov 2018 15:21:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em busca do recorde https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/03/08/em-busca-do-recorde/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/03/08/em-busca-do-recorde/#respond Thu, 08 Mar 2018 15:40:49 +0000 https://correria.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/IMG_1781-320x213.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=115 Não vai ser fácil. Não mesmo. Na minha 13ª maratona, vou tentar o recorde. Aos 51 anos, ir em busca de marcas pessoais parece não ser uma boa ideia. O tempo passa, e pesa.

Nesse domingo, 11/3, largarei para a Maratona de Barcelona em busca de uma marca inédita. Precisarei me superar, fazer o que nunca consegui: segurar a onda e fazer uma primeira metade de maratona sossegada. Precisarei imprimir os mais lentos primeiros 21 km de todas as maratonas que já fiz. Acha que é fácil? Estou programado para “fazer o melhor possível” nessa primeira parte. Sempre foi assim. Em algumas das minhas maratonas, consegui equilibrar razoavelmente o esforço nas duas metades da prova. Nas outras, quebrei no final. Mas em todas corri forte na primeira metade, em um ritmo próximo ou abaixo de 5 minutos por km.

Pois pra Barcelona, agora, isso seria um desastre. No ciclo de preparação, me machuquei, precisei parar pra tratar de uma contratura no posterior. Treinei pouco, escassas sessões de velocidade, não passei de 40 km semanais na média dos últimos meses. É pouco para quem se propõe a encarar uma maratona.

Estou mal preparado, ponto. E é evidente que, se não segurar o ritmo, a quebra vai se dar muito cedo. Preciso encarar Barcelona na primeira metade com respeito e cautela. Imagino que 5min15 seja um ritmo possível. Isso, faltava a palavra. Preciso fazer a maratona “possível” e, nesse caso, o possível é ser mais lento do que sempre fui na primeira metade. Na segunda parte, a mais dura, veremos o que sobra de combustível. A meu favor, um trajeto razoavelmente plano e temperatura que não deve passar de 16 graus. Veremos.

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Gamificação do treino https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/02/02/gamificacao-do-treino/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/02/02/gamificacao-do-treino/#respond Fri, 02 Feb 2018 12:19:50 +0000 https://correria.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/IMG_1758-180x120.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=85 Como contei no último post, quem não tem um treinador pra chamar de seu precisa desenvolver certas técnicas motivacionais para acordar com disposição. Outro dia resolvi inventar um treino maluco. Bom, não é bem uma invenção minha, treinos progressivos existem desde sempre. A diferença é que criei pequenas regras que transformaram meu treino quase em um jogo. É o tal do conceito da “gamificação”, tendemos a realizar tarefas difíceis com mais gosto quando elas têm uma cara de joguinho. Pronto. Foi o que eu precisava para sair da cama feliz d vida e querendo “gabaritar” a nova brincadeira.

Meu progressivo era simples na regra e complicado na execução. Estabeleci que iria correr 9 quilômetros e que cada quilômetro precisaria sair mais rápido do que o anterior. Ou seja, se exagerasse no ritmo nos primeiros eu chegaria morto nos últimos. Pra complicar, determinei que o primeiro quilômetro precisaria sair já num ritmo intermediário para os meus padrões, 5min30 por km que equivale a 11 km/h. A progressão precisaria ser realmente lenta, quanto mais próximos os ritmos mais chance eu teria de sobreviver à gincana.

Comecei bem, cravei 5min30 no primeiro km, segundo meu GPS. Fui bem demais no
segundo, 5min24, mas dei bobeira no terceiro, 5,12. Rápido demais, e, no quarto quilômetro, repeti o erro ao fechar em 5 minutos redondos. Fui com muita sede ao pote.

Precisava agora controlar mais o ritmo e exagerei no controle, errando e fazendo 5min02 no quinto. Não me abalei com os dois segundos de “estouro”, considerei que o jogo seguia valendo, afinal sou o guardião das regras. O importante seria a parte final do progressivo, ali, sim, o jogo se decidia.

Talvez preocupado com o que tinha acabado de acontecer, forcei demais no quilômetro seis e fechei em 4min48. Xi, tinha mais três quilômetros até o final e o cansaço começava a bater. O sétimo me deu esperança, fiz em 4min43, me senti um corredor suíço tal a precisão da redução. No oitavo, de novo, baixei apenas cinco segundinhos e fiz em 4min38. Só faltava o último e ainda tinha fôlego para apertar o ritmo. Dito e feito. Fiz o quilômetro em 4min28 e me decretei vencedor do desafio apesar da bobeada no quilômetro cinco.

É a vantagem de ser o único participante do jogo que eu mesmo criei. Não é legal mesmo essa história de gamificação?

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Por que a São Silvestre congestiona? https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/30/por-que-a-sao-silvestre-congestiona/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/30/por-que-a-sao-silvestre-congestiona/#respond Sat, 30 Dec 2017 18:38:19 +0000 https://correria.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/IMG_1683-180x88.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=53 Amanhã tem São Silvestre. Amanhã tem emoção, diversão e… muvuca. Tão certo quanto os congestionamentos em vésperas de feriado nas estradas Paulista é o congestionamento de corredores na Avenida Paulista no dia 31. Os 30 mil corredores da principal prova de rua da América do Sul vão se embolar nos primeiros quilômetros como de hábito. E vão caminhar, como sempre.

Não precisava ser assim. 30 mil corredores é um bocado de gente, mas em Nova York são 50 mil ano após ano, e todo mundo corre. Maratona de Berlim, Londres, Boston, Tóquio, Paris, dezenas de milhares de pessoas alinhadas na largada e a turma corre, não caminha. Os grandes eventos, basicamente, “organizam” a largada, o momento mais sensível de uma prova de rua. No momento da inscrição, consultam os atletas sobre seus ritmos e os colocam em pelotões correspondentes na largada. Além disso, dividem a largada em “ondas” e assim liquidam com os congestionamentos.

Na São Silvestre, nunca foi assim. Quem chega antes larga antes, basicamente. Como os da frente não são necessariamente os mais rápidos, tudo para. Uns 40 minutos para todos passarem a largada. Caminhadas nos primeiros quilômetros para a maioria.

Dá pra ser diferente, mas dá trabalho. É preciso fiscalizar os ritmos informados pelos corredores. Muita gente só quer largar na frente e acaba mentindo. É preciso dividir os pelotões de largada em ondas. E fiscalizar a entrada de cada atleta no seu lugar correto. Dá trabalho. O problema da São Silvestre não é excesso de corredores, mas organização.

Dá pra melhorar. Mas não será na manhã desse domingo. Amanhã ainda é dia de muvuca.

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