Correria https://correria.blogfolha.uol.com.br Mon, 19 Nov 2018 15:21:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A mais longa https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/03/06/a-mais-longa/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/03/06/a-mais-longa/#respond Tue, 06 Mar 2018 16:42:51 +0000 https://correria.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/Arqui-Boston-card-pre-venda3-320x213.png http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=111 Maratonas, em tese, são todas iguais, intermináveis em seus desumanos 42 195 metros. Em tese. Na vida real, essa distância aumenta ou diminui conforme os treinos. Quanto mais bem treinado, menos longa é a maratona. Elas são diferentes ainda nos apelos, quentes, frias, planas, acidentadas. São diferentes no calor humano, umas deserticamente cruéis, outras maravilhosamente acolhedoras.

Boston, porém, é a mais longa de todas. Uma ultra sem extrapolar os 42 195 metros. Uma maratona seletiva que exige desempenhos anteriores. Para correr, não basta querer, é necessário buscar antes um índice em sua faixa de idade. Boston era a minha obsessão, briguei anos para conseguir participar. Consegui. Precisava contar essa e outras histórias dessa que é a mais incrível de todas as maratonas.

Dia 11 de abril, o livro será lançado na Livraria Cultura do Conjunto Nacional em São Paulo. Pelas 19 horas, na esquina de Avenida Paulista com Augusta, lá estarei. O livro já pode ser comprado com desconto pelo site da Editora Arquipélago (http://bit.ly/2Hb07mg). Não se trata de um guia, muito menos de um registro histórico. É um livro de histórias reais, que têm muito a ver com nossa batalha diária na perseguição dos mais variados objetivos. Demorei oito anos para poder reunir essas histórias. Deu trabalho, mas valeu, como valeu.

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O tolinho https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/25/o-tolinho/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/25/o-tolinho/#respond Mon, 25 Dec 2017 18:15:24 +0000 https://correria.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/IMG_1680-180x89.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=47 Ontem recebi um email da turma. Não sabia o que era, abri com aquele fiozinho de esperança. Será que eles teriam, assim, quem sabe… uma boa notícia? Vai que alguém tivesse se machucado, arranjado um outro emprego ou simplesmente desistido da ideia de correr a Maratona de Londres 2018.

Bom, aí quem se inscreveu para ser sorteado na loteria das vagas receberia uma espécie de presente de Natal justamente na véspera do Natal. Eu, por que não eu?

É verdade que os números e probabilidades não me favoreciam, devo reconhecer. Londres 2018 bateu todos os recordes de volume de inscrições em uma maratona. Foram nada menos do que 386 050 inscritos, sendo que 58% disso de pessoas querendo estrear na Maratona de abril de 2018. Esse mundaréu de gente para 40 mil vagas, os números realmente não me ajudavam.

Mesmo assim abri cheio de esperanças o email que me desejava… Feliz Natal. Ora, vai pro diabo, Papai Noel!

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São Silvestre do B https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/14/sao-silvestre-do-b/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/14/sao-silvestre-do-b/#respond Thu, 14 Dec 2017 15:25:10 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=43 A São Silvestre é mais do que uma corrida. É uma forma de se conectar à cidade de São Paulo. Percorrer a pé os 15 km que são dos carros nos outros dias todos do ano é uma glória. Só que é difícil correr a São Silvestre. Difícil por duas razões. Primeiro porque as inscrições já encerraram. Segundo porque os 30 mil inscritos mal conseguem correr de verdade na São Silvestre. É um atropelo só. Muita gente caminhando, dificuldade para trotar.

Mas há formas alternativas de correr a São Silvestre. Uma delas já acontece neste domingo, 17, com largada às 6 da manhã. A assessoria esportiva Run & Fun, do treinador Mário Sérgio Silva, organiza uma espécie de treinão no percurso da São Silvestre. Há três postos de hidratação espalhados pelo caminho. Mário Sérgio cobra uma taxa de inscrição de 60 que é revertida para a entidade beneficente Esporte Solidário.

Para se inscrever basta um depósito de R$ 60 direto na conta corrente da Associação Esporte Solidário (AESFUN)
CNPJ: 06.942.111/0001-01
Banco Itaú
Agência 0741
CC 68113-4
Em seguida, mande e-mail com seu nome (ou do participante) e o comprovante do deposito para administrativo@esportesolidario.org.br

Outra forma divertida de completar uma espécie de São Silvestre é encarar a “Caprirun”. O jornalista corredor Ricardo Capriotti (do Programa Fôlego, da Rádio Bandeirantes) inventou a brincadeira há alguns anos. Cansado do tumulto da São Silvestre, reuniu amigos para um treino na manhã do primeiro dia do ano. Não é exatamente o mesmo percurso da São Silvestre, nem os mesmos 15 km. Capriotti condensou tudo em 10 quilômetros sem qualquer estresse de performance. Um verdadeiro passeio pela São Paulo sonolenta do primeiro dia do ano. Com o passar dos anos, o grupo de amigos foi crescendo, vieram os amigos dos amigos, conhecidos e desconhecidos. A ideia é essa, confraternizar de forma saudável, entrar o ano com o pé direito, depois com o esquerdo, com o direito… Não há inscrição, taxa, nada. Basta chegar às 7 da manhã do dia 1º e se divertir. Há muitas formas de correr a São Silvestre. Todas valem a pena.

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“Forevis Young” https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/11/forevis-young/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/11/forevis-young/#respond Mon, 11 Dec 2017 11:01:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=35 Ninguém quer envelhecer, a luta pela eterna juventude é também eterna. As armas é que são constantemente renovadas. Botox, fibras de colágeno, elastina, hidratantes noturnos, cremes, cirurgias plásticas. O arsenal é gigante. E o objetivo é travar o processo mais inevitável que conhecemos. Vamos ficar mais velhos, a musculatura, mais flácida, não tem jeito.

Parecer mais jovem é um valor e tanto hoje em dia. Nada contra quem tenta parecer mais jovem, mas que tal trocar ou acrescentar um novo verbo nessa questão? Que tal mudar a frase, que tal “tentar se sentir mais jovem”? Há uma diferença entre parecer e se sentir. Parecer é para os outros. É a nossa imagem externa. Se sentir é nosso, é pessoal e intransferível. Quem faz atividade física regularmente, quem nada, corre, pedala, sabe do que estou falando. Quem consegue estabelecer uma boa rotina de treinos acaba evoluindo. Em um dia os 5 km de trotes saem penosos, doídos. Meses depois, o sujeito está completando sorrindo uma meia maratona. Que sensação é essa? Não é se sentir mais jovem?

É claro que a opinião dos outros conta. Precisamos de um referendo externo, o elogio geralmente faz bem. Nossa, que pele macia, que cabelo lindo, é tudo positivo. Mas a sensação de bem estar pode ser ainda mais poderosa. E aí não tem química que ajude, não tem um produto externo milagroso. É com a gente mesmo. Um, dois, um, dois… Treino, suor e recompensa. A recompensa pode até ser um elogio, “nossa, que tanquinho”, ou um “puxa, como você está em forma”. Bacana, elogios nunca são demais. Mas acordar e enxergar no espelho um sujeito mais bem disposto vale demais. Mesmo que a imagem do espelho não seja necessariamente de alguém mais jovem, mas simplesmente de alguém melhor.

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É do peru! https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/07/e-do-peru/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/07/e-do-peru/#respond Thu, 07 Dec 2017 12:59:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=32 De bobas, as marcas não têm nada. Usam, abusam, apelam da emoção de fim de ano. Forçam a barra em busca de lágrimas e, claro, de impulsos consumistas dos fregueses. O jogo é esse, sempre foi assim. Nem por isso precisamos ser ranzinzas e não reconhecer quando a mensagem gera uma emoção verdadeira.

A Sadia mandou bem como você pode conferir em sua campanha desse Natal. E é de bater palmas sempre quando as marcas vendem seu peixe (peru, frango, o que for) e incentivam de alguma forma o esporte. Mais palmas quando o incentivo vai específico pra corrida.

Eles conseguiram. Colocaram num mesmo filme amor pelo esporte, espírito natalino, generosidade, respeito às diferenças, uma criança com Síndrome de Down e, claro, um peruzão lá no final.

Confira o reclame e resista se for capaz.

http://www.meioemensagem.com.br/home/ultimas-noticias/2017/11/29/em-campanha-de-natal-sadia-aborda-gratidao.html

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Xixi no poste https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/05/xixi-no-poste/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/05/xixi-no-poste/#respond Tue, 05 Dec 2017 13:34:16 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=27 Viajar é um privilégio, e não estou falando apenas de turismo, férias, piña colada. Todos os dias milhares de pessoas se deslocam por afazeres profissionais e são “obrigados” a esbarrar em novas culturas, conhecer gente nova, ver novas paisagens. Os passageiros mais frequentes costumam amaldiçoar as próprias rotinas e se queixar do destino. É compreensível, claro, querer ficar mais perto dos seus, rogar pelo travesseiro de casa, sonhar com pequenas rotinas do lar. Mas, uma vez que já estamos no mundo mesmo, restam duas formas de encarar a vida: chorar pelo colchãozinho de casa ou aproveitar tudo o que aparece de novo pela frente.

É evidente que preferi a segunda alternativa. Viajo um bocado, passo mais dias fora de São Paulo do que em casa. Sinto falta da minha turma, mas, em compensação, estou tendo a oportunidade de conhecer outro pessoal, outros lugares. A corrida é um poderoso instrumento de conhecimento. Não requer grandes preparos. Um par de tênis na mochila já é o passaporte para novas fronteiras. Uma olhadinha no mapa da nova cidade é o começo de tudo. Procuro os verdinhos no mapa, é pra lá que costumo ir. Praças, parques, sombra. Uma conversa no balcão do hotel para checar informações pode ajudar, mas também atrapalhar. O longe de quem não corre pode ser o nosso perto. Uma leve subida de repente se transforma em uma ladeira assassina na avaliação sedentária. Nem pergunto se o hotel tem esteira, fora de questão. Como um cão errante, vou em busca de postes para marcar novos territórios. Conhecer mais e mais lugares é a missão. Se não conheço o Brasil com a palma da mão, estou tentando com a sola dos pés.

Nesse último fim de semana, corri pela primeira vez no Recife. Tive um anfitrião de respeito, o ultramaratonista Eduardo Neves que já está com quatro Comrades (ultra de 89 km na África do Sul) nas costas e tem um canal de corrida no YouTube (https://youtu.be/vS5fldXDILg). Fomos até o Marco Zero da capital pernambucana, passamos pelas estátuas do grande Brennand, preciso voltar. Tem ainda muito poste para batizar no Recife.

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Se vira nos 30, amigo! https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/01/se-vira-nos-30-amigo/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/01/se-vira-nos-30-amigo/#respond Fri, 01 Dec 2017 14:34:30 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=25 Nunca me dei conta das semelhanças, mas Copa do Mundo é mesmo uma espécie de maratona. Para quem nunca experimentou, a maratona é uma corridinha de 12 quilômetros que tem uns 30 km de aquecimento. Para quem não sabe, nós, os humanos, não fomos feitos para correr mais do que 30 quilômetros. É o nosso limite, um pouco mais, um pouco menos, dependendo da pessoa.

Qualquer um, até o cunhado que não sai do sofá, pode correr até uns 30 quilômetros se treinar adequadamente. Para depois dos 30, é preciso mais. Alguma aptidão específica, treinamento sério e, principalmente, muita cabeça. É o cérebro implorando para parar com essa bobagem. É o cérebro lembrando a cada músculo que humanos não foram feitos para correr mais do que 30 quilômetros. Dá pra completar a maratona, muitos completam todos os anos e em todas as partes do planeta. Só que é difícil pacas.

A Copa do mundo é assim. Difícil pacas. Só uns poucos a vencem. Não basta ser bom e querer. É necessário ter cabeça, vencer o nervosismo. No futebol, a expressão “cabeça” está relacionada à tradição do país, à “camisa”. Tanto que apenas oito países levantaram a taça desde 1930.

Nesta sexta-feira, primeiro de dezembro, temos sorteio do Mundial da Rússia para definir os grupos da primeira fase. Muita gente dá uma enorme importância a essa primeira fase quando as 32 seleções são distribuídas em oito grupos. Bobagem. A primeira fase equivale aos primeiros 30 quilômetros da maratona. Assim como o longo processo das Eliminatórias representa toda a fase de treinos do maratonista.

Se a maratona não passa de uma corridinha de 12 quilômetros, a Copa do Mundo de verdade também pode ser resumida a partir das oitavas de final quando os confrontos de mata-mata definem quem segue adiante. Ali sim, o jogo começa. Não basta ser bom e estar bem treinado. É necessário “ter cabeça”, estar focado, querer demais.

Quem exagera o ritmo nos 30 quilômetros iniciais corre o risco de não ter fôlego e cabeça para os 12 finais. As seleções que se empolgam demais e se embriagam com o sucesso na primeira fase podem não ter energia para encarar os confrontos a partir das oitavas. O paradoxo disso é que não se pode também relaxar demais nos 30 quilômetros iniciais assim como não se pode bobear na fase de grupos da Copa. Só ganha a medalha da maratona quem sobrevive aos 30. Na Copa, para chegar aos mata-matas, é preciso se virar nos 30 da primeira fase. Mas o jogo só começa depois…

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