Correria https://correria.blogfolha.uol.com.br Mon, 19 Nov 2018 15:21:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Mulheres com asas https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/09/10/mulheres-com-asas/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/09/10/mulheres-com-asas/#respond Mon, 10 Sep 2018 13:52:51 +0000 https://correria.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/IMG_2338-320x213.jpeg https://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=172 Hoje pego carona no voo alheio. Quem escreve é a leitora Ana Luiza Castro. Não há o que reparar ou acrescentar. Linda história que ela compartilhou comigo e eu compartilho aqui:

“Temos uma equipe de corrida, mas somos diferenciadas… e humildes também (risos). Mas, sem falsa modéstia, a turma é muito bacana e virou uma grande família. Somos mais de 150 Mulheres com Asas, sim, a equipe tem esse nome. WomenWithWings, ou WWW, como foi carinhosamente apelidado.

Na nossa família, temos corredoras experientes e até vencedoras de provas, maratonistas que fazem Majors e provas por todo mundo, mas temos muito mais que isso. Temos mulheres que venceram o câncer e na corrida, nos intervalos de tratamento, se equilibravam novamente.

Temos Dona Maria, uma senhora com seus mais de 70 anos (faxineira até hoje) que só completa a sua longa jornada após realizar seus treinos. Temos mãe de família com três filhos e um “especial”, que encontra a paz quando calça seus tênis. Eu poderia ficar muitas horas aqui escrevendo cada história linda que eu escuto toda vez que uma aluna aproxima sua asinha da minha. Tenho o privilégio de escutar, treinar e acolher todas estas mulheres que se dizem muito mais fortes desde que entraram nossa equipe.

Queria humildemente, com as “histórias do WWW” (https://womenwithwings.wordpress.com/), sugerir aos leitores uma corrida mais despretensiosa, sem paces maravilhosos, sem índices a serem conquistados e marcas pessoais a serem batidas (não podemos achar que só isso é importante), apenas humanizar este lindo esporte. E, principalmente, trazer para todos os leitores que a corrida é, SIM, para todos. Sei que você tem um público que leva a sério o esporte (eu sou uma delas, estou indo para Berlim tentar bater meu tempo na Maratona) mas eu acho que há um vasto número de pessoas (a maioria) que quer correr apenas com um simples objetivo: ser feliz.”

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Final de Copa https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/04/14/final-de-copa/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2018/04/14/final-de-copa/#respond Sat, 14 Apr 2018 14:03:57 +0000 https://correria.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/IMG_3327-320x213.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=129 Deu um trabalhão, mas saiu. Oito anos tentando o índice, mais de 10 mil quilômetros rodados em treinos. Um pouco de sangue derrramado em quedas, hectolitros de suor produzido e alguns mililitros de lágrimas quando a meta foi alcançada. O sonho de correr a Maratona de Boston se materializou em uma linda edição de 200 páginas com o azul e o amarelo da prova dando o tom geral. “Boston, a mais longa das maratonas” está impresso e disponível em livrarias, na Amazon, no site da editora, a Arquipelago.com.br. O lançamento foi em São Paulo, no dia 10 de abril, amigos e desconhecidos me lembraram como valeu a pena todo esse esforço para participar da mais tradicional maratona do planeta.

Achei que conquistar o índice, correr a prova e lançar o livro fechavam esse ciclo emocional. Mas não acabou. Nessa segunda-feira, a partir de 10h30 da manhã, o Sportv 2 transmite a maratona com a narração do maluquinho estudioso Sérgio Arenillas e os comentários do imenso Lauter Nogueira.

Recebi radiante a notícia que também estarei nos comentários de um evento que mexeu com minha vida nos últimos oito anos. Foi como ganhar a credencial de uma final de Copa do Mundo, e isso já aconteceu três vezes comigo. Na verdade, foi mais. Participar da transmissão dessa prova mexe muito mais. Sei que virão as emoções da largada, das passagens, da obsessão por poder participar, das conversas com todos os personagens que entrevistei. Lembrarei dos grandes duelos do passado, da luta dos sobreviventes do atentado de 2013, das histórias pouco conhecidas, de tudo.

É evidente que Lauter não perderá o foco da disputa pela ponta, virá com aquelas contas doidas dele projetando tempos, trará informações preciosas dos atletas. Para ele, Boston, como Nova York, Londres e Berlim, é um grande palco do atletismo mundial. Para mim, a percepção é diferente. Estou com 13 maratonas completadas, já cobri provas, grandes eventos, estive na maratona olímpica de Londres, fiz um montão de coisas. Mas Boston é uma emoção particular. E emoção não se explica, se vive, se aproveita. Segunda-feira, a partir das 10h30 no Sportv 2.

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São Silvestre do B https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/14/sao-silvestre-do-b/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/14/sao-silvestre-do-b/#respond Thu, 14 Dec 2017 15:25:10 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=43 A São Silvestre é mais do que uma corrida. É uma forma de se conectar à cidade de São Paulo. Percorrer a pé os 15 km que são dos carros nos outros dias todos do ano é uma glória. Só que é difícil correr a São Silvestre. Difícil por duas razões. Primeiro porque as inscrições já encerraram. Segundo porque os 30 mil inscritos mal conseguem correr de verdade na São Silvestre. É um atropelo só. Muita gente caminhando, dificuldade para trotar.

Mas há formas alternativas de correr a São Silvestre. Uma delas já acontece neste domingo, 17, com largada às 6 da manhã. A assessoria esportiva Run & Fun, do treinador Mário Sérgio Silva, organiza uma espécie de treinão no percurso da São Silvestre. Há três postos de hidratação espalhados pelo caminho. Mário Sérgio cobra uma taxa de inscrição de 60 que é revertida para a entidade beneficente Esporte Solidário.

Para se inscrever basta um depósito de R$ 60 direto na conta corrente da Associação Esporte Solidário (AESFUN)
CNPJ: 06.942.111/0001-01
Banco Itaú
Agência 0741
CC 68113-4
Em seguida, mande e-mail com seu nome (ou do participante) e o comprovante do deposito para administrativo@esportesolidario.org.br

Outra forma divertida de completar uma espécie de São Silvestre é encarar a “Caprirun”. O jornalista corredor Ricardo Capriotti (do Programa Fôlego, da Rádio Bandeirantes) inventou a brincadeira há alguns anos. Cansado do tumulto da São Silvestre, reuniu amigos para um treino na manhã do primeiro dia do ano. Não é exatamente o mesmo percurso da São Silvestre, nem os mesmos 15 km. Capriotti condensou tudo em 10 quilômetros sem qualquer estresse de performance. Um verdadeiro passeio pela São Paulo sonolenta do primeiro dia do ano. Com o passar dos anos, o grupo de amigos foi crescendo, vieram os amigos dos amigos, conhecidos e desconhecidos. A ideia é essa, confraternizar de forma saudável, entrar o ano com o pé direito, depois com o esquerdo, com o direito… Não há inscrição, taxa, nada. Basta chegar às 7 da manhã do dia 1º e se divertir. Há muitas formas de correr a São Silvestre. Todas valem a pena.

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Xixi no poste https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/05/xixi-no-poste/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/12/05/xixi-no-poste/#respond Tue, 05 Dec 2017 13:34:16 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=27 Viajar é um privilégio, e não estou falando apenas de turismo, férias, piña colada. Todos os dias milhares de pessoas se deslocam por afazeres profissionais e são “obrigados” a esbarrar em novas culturas, conhecer gente nova, ver novas paisagens. Os passageiros mais frequentes costumam amaldiçoar as próprias rotinas e se queixar do destino. É compreensível, claro, querer ficar mais perto dos seus, rogar pelo travesseiro de casa, sonhar com pequenas rotinas do lar. Mas, uma vez que já estamos no mundo mesmo, restam duas formas de encarar a vida: chorar pelo colchãozinho de casa ou aproveitar tudo o que aparece de novo pela frente.

É evidente que preferi a segunda alternativa. Viajo um bocado, passo mais dias fora de São Paulo do que em casa. Sinto falta da minha turma, mas, em compensação, estou tendo a oportunidade de conhecer outro pessoal, outros lugares. A corrida é um poderoso instrumento de conhecimento. Não requer grandes preparos. Um par de tênis na mochila já é o passaporte para novas fronteiras. Uma olhadinha no mapa da nova cidade é o começo de tudo. Procuro os verdinhos no mapa, é pra lá que costumo ir. Praças, parques, sombra. Uma conversa no balcão do hotel para checar informações pode ajudar, mas também atrapalhar. O longe de quem não corre pode ser o nosso perto. Uma leve subida de repente se transforma em uma ladeira assassina na avaliação sedentária. Nem pergunto se o hotel tem esteira, fora de questão. Como um cão errante, vou em busca de postes para marcar novos territórios. Conhecer mais e mais lugares é a missão. Se não conheço o Brasil com a palma da mão, estou tentando com a sola dos pés.

Nesse último fim de semana, corri pela primeira vez no Recife. Tive um anfitrião de respeito, o ultramaratonista Eduardo Neves que já está com quatro Comrades (ultra de 89 km na África do Sul) nas costas e tem um canal de corrida no YouTube (https://youtu.be/vS5fldXDILg). Fomos até o Marco Zero da capital pernambucana, passamos pelas estátuas do grande Brennand, preciso voltar. Tem ainda muito poste para batizar no Recife.

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Mezzo corrida, mezzo diversão https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/mezzo-corrida-mezzo-diversao/ https://correria.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/mezzo-corrida-mezzo-diversao/#respond Mon, 27 Nov 2017 18:15:24 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://correria.blogfolha.uol.com.br/?p=21 A maratona não permite grandes hesitações. Ou se respeita a vecchia signora ou ela nos devora. Não dá pra relaxar na preparação da maratona. Treinos, volumes, sono, hidratação, tudo precisa estar nos trinques. Do contrário, não vai ser legal. Vai faltar energia no final, vamos nos arrastar.

A meia maratona não. Está, como o nome sugere, no meio do caminho. Dá para relaxar um pouco, quem já guarda no cérebro alguma memória esportiva pode treinar menos, prestar menos atenção aos detalhes. E ainda assim conseguir uma performance razoável. Claro, alcançar o recorde pessoal exige mais dedicação. Mas treinando mais ou menos dá mesmo pra fazer uma meia bem razoável.

Aconteceu comigo esses tempos numa meia do Rio. Comecei o ciclo de treinos pensando em performance, queria um recorde. Só que o fim de semana prometia. Muitos encontros com amigos, o Rio sempre implora um chopinho, descontração. Fosse uma maratona, manteria a linha, sem pestanejar. Mas era meia, meia responsa, meia culpa. Mezzo performance, mezzo calabresa.

Na véspera da prova, um glorioso jantar com amigos regado a ótimo vinho. O recorde se foi na terceira taça. Na hora de escolher entre a glória esportiva e a camaradagem, nem foi tão dificil fazer a opção. O anjinho da corrida perdeu para o diabinho social. Cá para nós, tudo tem hora, nem sempre precisamos fingir que somos atletas dedicados. Dar um tempo nessa busca maluca pelos tempos, de vez em quando, é tudo o que precisamos. Ou não?

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