Gamificação do treino
Como contei no último post, quem não tem um treinador pra chamar de seu precisa desenvolver certas técnicas motivacionais para acordar com disposição. Outro dia resolvi inventar um treino maluco. Bom, não é bem uma invenção minha, treinos progressivos existem desde sempre. A diferença é que criei pequenas regras que transformaram meu treino quase em um jogo. É o tal do conceito da “gamificação”, tendemos a realizar tarefas difíceis com mais gosto quando elas têm uma cara de joguinho. Pronto. Foi o que eu precisava para sair da cama feliz d vida e querendo “gabaritar” a nova brincadeira.
Meu progressivo era simples na regra e complicado na execução. Estabeleci que iria correr 9 quilômetros e que cada quilômetro precisaria sair mais rápido do que o anterior. Ou seja, se exagerasse no ritmo nos primeiros eu chegaria morto nos últimos. Pra complicar, determinei que o primeiro quilômetro precisaria sair já num ritmo intermediário para os meus padrões, 5min30 por km que equivale a 11 km/h. A progressão precisaria ser realmente lenta, quanto mais próximos os ritmos mais chance eu teria de sobreviver à gincana.
Comecei bem, cravei 5min30 no primeiro km, segundo meu GPS. Fui bem demais no
segundo, 5min24, mas dei bobeira no terceiro, 5,12. Rápido demais, e, no quarto quilômetro, repeti o erro ao fechar em 5 minutos redondos. Fui com muita sede ao pote.
Precisava agora controlar mais o ritmo e exagerei no controle, errando e fazendo 5min02 no quinto. Não me abalei com os dois segundos de “estouro”, considerei que o jogo seguia valendo, afinal sou o guardião das regras. O importante seria a parte final do progressivo, ali, sim, o jogo se decidia.
Talvez preocupado com o que tinha acabado de acontecer, forcei demais no quilômetro seis e fechei em 4min48. Xi, tinha mais três quilômetros até o final e o cansaço começava a bater. O sétimo me deu esperança, fiz em 4min43, me senti um corredor suíço tal a precisão da redução. No oitavo, de novo, baixei apenas cinco segundinhos e fiz em 4min38. Só faltava o último e ainda tinha fôlego para apertar o ritmo. Dito e feito. Fiz o quilômetro em 4min28 e me decretei vencedor do desafio apesar da bobeada no quilômetro cinco.
É a vantagem de ser o único participante do jogo que eu mesmo criei. Não é legal mesmo essa história de gamificação?